Chatas de Atenas: Se ser livre é ser vadia, somos toda vadias!

Vinte e quatro de Janeiro de 2011, o policial canadense Michael Sanguinetti fala sobre prevenção de crimes na Faculdade de Direito da York University, em Toronto. Ao comentar especificamente sobre alguns casos de estupros dentro da universidade, solta a seguinte frase: “Me falaram que não devo dizer isso, mas, mulheres deveriam evitar se vestir como vadias para não serem vítimas”¹

Três de Abril de 2011, cerca de 3000 pessoas marcham pelas ruas de Toronto, intitulando-se Slutwalk, a famosa Marcha das Vadias. Protestam contra a fala do policial que expressa uma ideia tão disseminada por aí: a mulher como vítima em caso de estupros. A indignação das vadias se dá pela naturalização da ideia de que a mulher, suas roupas, sua maquiagem e suas atitudes sejam sempre culpadas pelo abuso, mas, nunca o agressor.

Marcha das Vadias: Isso é sobre violência.

No Brasil, surgiram algumas movimentações ainda em 2011, mas o ápice da manifestação no país acontece agora. Os dias 26 e 27 de Maio contaram com mais de 15 Marchas das Vadias espalhadas por esse Brasilzão. E ainda teremos mais nesse comecinho de Junho. Fiquem ligadxs no calendário ao final do post.

O Chatas vai abordar, nesses próximos dias, a repercussão da Marcha das Vadias no Brasil. Nosso objetivo é trazer as fotos e fatos celebrando esse momento ímpar de manifestação nacional contra a violência sexual e o machismo, e também, construiremos as devidas críticas e opiniões sobre. Afinal, até que ponto a irreverência do protesto não tira a seriedade da reivindicação?