Falo das manifestações que se alastraram por grandes cidades do meu país. Falo de um 13 de junho significativo pela vontade nacional de fazer mudar. Uma quinta-feira comum em que, em jorros, dissemos “não” à situação de atrocidade. “Não” a medidas controlativas que apenas nos dopam e tentam abafar que tudo a nossa volta roda e nada além do vômito faz sentido. “Não” ao autoritarismo que se esconde por trás de nomes bonitos como “democracia”. Dissemos “não” a essa trilha disparate que não nos leva a lugar algum. Dissemos todos, finalmente, “ não”. À amputação da dignidade.
Dizem que os atos não dão em coisa alguma. Hostilizam. Manifestam-se a favor da acomodação e da total submissão à ordem – Ordem, essa, disciplinar e limitadora aos subjugados, para que no fim aconteça o Progresso aos subjugantes. Lastimo, mas não tomo a pílula do conformismo. Vomito, grito e digo “não”. Não admito 20 centavos. Não admito truculência. Não admito que minha cidade – meu país, meu mundo – sejam aos poucos cenário do assassinato da humanidade.
Av. Rio Branco, no Centro do Rio de Janeiro, durante manifestação nesse 13 de junho. Foto de Rodrigo Mariano |
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