Ter filhos já foi uma obrigação, hoje é um dom e um privilégio. Como tudo o mais, deve ser uma escolha. Só mulheres podem ser mães, dar à luz a novas crianças. Gerar por nove meses uma criatura dentro de si. Por mais que o papel de mãe, enquanto responsável absoluta pelo cuidado dos filhos tenha se alterado de forma radical nos últimos anos, essa é uma ligação de carinho e amor que excede o cultural. Isso dá à mulher um poder transformador sem igual. Aquela que cria, aquela que educa, forma uma mentalidade. Há gerações mulheres criam filhos machistas, repetindo a mesma mentalidade em que foram criadas. Uma mãe que permite que seu filho se masturbe, mas não dá a mesma liberdade para a filha, que não repreende um filho por atitudes violentas, que ensina que a diferença não é boa, está perpetuando uma mentalidade. A mãe deve ensinar sua filha a ser mulher, a se tocar, se permitir, ensinar seus filhos a respeitar. Ensiná-los que as diferenças entre homens e mulheres ficam restritas a pouco mais que o estritamente biológico. Se quisermos um mundo mais igual, devemos começar ensinando nossos filhos que mundo é esse.
Hoje, com tantos recursos disponíveis, a maternidade não precisa ser uma imposição biológica (nem a menstruação é mais), deve ser uma escolha, consciente, como tantas outras que fazemos ao longo da vida. Parir não significa largar uma criatura no mundo, significa assumir uma responsabilidade, seja ela sozinha, para uma produção independente, ou compartilhada, com um parceiro ou parceira. Você se torna um pouco responsável pelo futuro. Por isso, o direito à escolha e à liberdade deve prevalecer SEMPRE.
Liberdade não é rejeitar por completo um comportamento que foi historicamente imposto. É modificá-lo, assumí-lo por opção. É fazer dessa, uma ferramenta de mudança. Ensinar seus filhos a não calar-se. É usar desse privilégio da natureza para se realizar, se completar. Lugar de mulher é parindo, é passando a vida adiante. É garantindo que essas novas gerações conheçam um mundo diferente. É lutando para que seus filhos e de outras possam amar quem quiser sem ter medo disso. É não ter filhos se for essa sua escolha. Ou gerar um filho para aqueles que não podem fazê-lo. É ser mãe, tia, madrinha, amiga. É ser filha. É ir ao mundo, à vida, e mostrar que seu útero é um locus de sua escolha. E tem poder em si. Lugar de mulher é guiando a própria vida. É onde ela quiser.
Amei o blog, muita valida a iniciativa das Chatas de Atenas. De verdade, não parem de postar :)
ResponderExcluirDanielle, muito obrigada! Seu apoio nos incentiva muito! Continue acompanhando e divulgando o blog (:
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