segunda-feira, 16 de julho de 2012

Guest post: Alterado


"Sim". Forçadamente respondi ao grito de liberdade. Encontrei um pequeno cesto aberto na calçada e Felicidade estava dada. (A força das palavras; vontades inalteráveis, entretanto remediáveis). Acordei o fim da facetada experiência que iniciara ao levantar a tampa do batuque. Me vi parado frente a Mãe-Terra: Ambos mixávamos constelações universo afora numa sincronização de corpos uma vez celestiais, após uns gorós com os ypê-tamarandés. "Você-meio não está permitido por fim.", disse ela em tom repreensivo. Suas palavras ecoaram interna e externamente minha miserável índole enquanto eu tentava balbuciar algumas construções ideológicas mas só murmurei um latido. Repentinamente minhas costas atravessaram 3 desertos: o primeiro gélido-antártico com toda sua biosfera a contemplar meu trajeto. Walrus.

De repente esbarrei numa concha marítima que se prendeu ao meu cabelo ao atravessar a imensidão desértica oceânica. Água-viva. Terra-viva. Ouvi "Forçado, forçado". É o fim. Uma brisa bateu repentinamente nas pontas dos dedos do meu pé. Entalei. O pomo de Adão e suas reflexões referentes a maçã. Uma imensidão vermelha me tocou o cérebro levemente. Sensações inexpressáveis: expansão do eu-nós. Meu peito estufou mas não havia ar. Comprimiu e fiquei dormente. Completamente dormente. Inerte estrelas, mares, universos afora. Mãe-mulher dona do nada. Os raios solares são projeções dos teus fios de cabelo. Filhos teus. Seios meus. Intensamente em fusão, explosão, dilatação. Tomados de sentimentos pessoais. Humana. 


Texto de Pedro Igor Bento. Para ler mais textos do chato, clique aqui.

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